Pelo respeito às decisões congressuais e em defesa de uma história de luta e autonomia!

Desde que membros da chapa 1 denunciaram a irregularidade na inscrição de uma candidata da chapa 2, estamos assistindo a uma assustadora ofensiva contra a Comissão Eleitoral Central (CEC) e a legitimidade do atual pleito eleitoral. Esta ofensiva revela como certos setores que hoje disputam os rumos do nosso sindicato querem impor a sua vontade, mesmo que isso signifique, por exemplo, abrir mão da política de autofinanciamento ou apelar à justiça burguesa. No dia 02 de maio, passou a circular nas redes sociais uma liminar, fruto de ação judicial impetrada por membros da chapa 2 contra o ANDES-SN, o que, em si, já demonstra o desrespeito às regras do processo eleitoral, uma vez que esse é gerido pela CEC eleita e não pela Direção Nacional do Sindicato.
Dando mais um passo adiante em sua luta para deslegitimar o processo eleitoral, a chapa 2 decidiu colocá-lo nas mãos da justiça burguesa, solicitando “(v) a suspensão do processo eleitoral até decisão definitiva desta ação” (liminar deferida pela justiça), entre outros. Trata-se da mesma justiça burguesa responsável por realizar a cassação da carta sindical do ANDES-SN em 2003, que tem favorecido a Federação Cartorial criada em 2004, que preparou e avalizou o golpe de 2016, que aprisionou Lula para mudar os resultados das eleições de 2018 e que, até agora, não puniu Bolsonaro por um único dos diversos crimes que cometeu em seu governo.
Para reverter as decisões da CEC e manter a inscrição da candidata que estava em situação de inadimplência no prazo definido pelo Regimento Eleitoral, a chapa 2 recorreu ao Tribunal Regional do Trabalho da 10ª Região, o qual concedeu liminar favorável à chapa 2. Em mais uma demonstração de como o funcionamento de nosso sindicato não é compreendido ou é atacado pela justiça burguesa, o TRT decidiu intervir sobre o processo eleitoral, deslegitimando uma CEC que foi eleita em congresso pelo conjunto de delegadas e delegados de nossa base.
Para nós, da Chapa 1, esta ação retira do âmbito da política a definição dos rumos do processo eleitoral. Trata-se de uma explícita demonstração das profundas diferenças que resultaram na separação de nossa militância do grupo que hoje hegemoniza a chapa 2.
O recurso à justiça burguesa está plenamente coerente com a trajetória política daquelas e daqueles que não reconheceram o golpe de 2016; que apoiaram, junto com a CSP-Conlutas, a corrupta Operação Lava-Jato; e hoje, tal como fez a direita brasileira em 2018, estão tentando retirar das mãos da categoria o processo de decisão sobre os rumos de nosso sindicato.
A Comissão Eleitoral Central (CEC) e o Regimento Eleitoral foram resultado de votações ocorridas no 41º Congresso. Aquelas e aqueles que estão atacando e deslegitimando a CEC e o Regimento Eleitoral estão apenas demonstrando seu descaso frente às decisões do 41º Congresso do ANDES-SN. O recurso à justiça burguesa é apenas mais uma tentativa de desrespeitar as decisões da base. É uma significativa representação da distância que separa nossas concepções de sindicato.
Nós, da Chapa 1, afirmamos que não faremos nenhum movimento em relação à justiça burguesa e deixaremos que as questões referentes à disputa eleitoral sejam tratadas no âmbito do Sindicato Nacional e sob o crivo da militância. Essa sim, a verdadeira ‘justiça’, a qual respeitaremos, independente do resultado. À justiça burguesa responderemos com o cumprimento de qualquer ação voltada para nossa chapa.
Pelo respeito à democracia sindical, e aos mais de 40 anos de história do ANDESSN, afirmamos que seguiremos na luta pela defesa intransigente da autonomia sindical, o que significa não se render à intervenção externa nas regras e decisões democraticamente afirmadas em nosso sindicato. Que a categoria decida os rumos e a história do sindicato! Conclamamos nossa categoria e os apoiadores da Chapa 1, a irmos juntos, com ousadia pra sonhar e coragem para lutar, defender a história de um sindicato construído pela base. Dias 10 e 11 de maio, vote CHAPA 1.